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Oficina de Teatro

Protocolo e Parceria

Teatro Alberto Sampaio

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Protocolo/Parceria: Mala D’Arte. 

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Docente Coordenador Pedagógico: José Miguel Braga Figueira de Sousa

Teatro ESAS

Introdução

A tradição da Escola Secundária Alberto Sampaio (ESAS) remonta à ancestral Escola Comercial, situada na Rua do Castelo. Esse foi o seu mais importante lugar de nascimento e aquele que, de certa forma, lhe emprestou um cunho particular, uma idiossincrasia, por assim dizer. A ESAS que daí nasceu continua a manifestar-se de forma por vezes eufórica, como uma comunidade viva e atuante que tem estado presente na cidade e no país. De variadas formas, como sabemos. Os títulos, os prémios, as embaixadas e variadas manifestações do seu ser actor-social, são disso o testemunho e o eixo sintagmático que vem tecendo-se há quase quarenta anos.

Teatro_AESAS

Numa época como está a ser a nossa, estamos bem conscientes das dificuldades com que vive o país; mas o teatro interpreta à sua maneira uma ética jovem e os jovens que vêm ao teatro também desejam ser felizes, como os outros jovens. Para que tal aconteça é necessário que tenham um lugar na casa, onde se estude e se faça o teatro.

A ética da ESAS coincide com a do teatro de que acabámos de falar e não difere muito daquilo que ainda hoje podemos imaginar que foi no passado. Queremos dizer que somos herdeiros também de uma cultura popular que dispensa o luxo e a soberba. Preferimos a democracia e o debate e consideramos que a nossa escola deve ter apenas aquilo que é necessário para a realização do seu projeto. Em última análise, também desejamos continuar a ser um espaço de saúde e não um mecanismo hiperbólico de reprodução de conformidades. Por isso, a seu tempo, fizemos as nossas escolhas e acrescentamos agora estas. Razões já explicadas fundamentam a proposta; trata-se agora de verificar e de conciliar sobre um conjunto de ideias comuns. A OBRA precisa que todas as partes concordem sobre a necessidade de fazer bem e da forma adequada, dados os meios e as circunstâncias. Vimos por isso dar conta das nossas ideias, das nossas propostas e das nossas sugestões. 

 

Um pouco de História

A investigação e a prática teatral têm vindo a ser desenvolvidas na nossa escola desde 1997. Doze anos depois, impõe-se fazer um balanço ou, pelo menos, ensaiar um exercício de avaliação de modo a verificar se o esforço despendido valeu a pena. Bem sabemos que “tudo vale a pena se a alma não é pequena” (Fernando Pessoa), mas a tentação do estilo impressionista e os favores do encómio não serão, neste caso, conformes às necessidades do discernimento, ao fazer eclodir de forma clara e objetiva as razões que explicam os ganhos pedagógicos, científicos e culturais que o teatro tem acrescentado à ESAS.

Ninguém melhor do que o público para avaliar os atores, ninguém melhor do que os Encarregados de Educação para ajuizar sobre as vantagens educativas do projeto, ninguém melhor do que a cidade para se pronunciar, ninguém melhor do que o “povo do teatro” para confirmar a legitimidade e a qualidade da criação; mas convém lembrar que ao teatro vêm juntar-se as artes plásticas e a ginástica, o teatro e a fotografia, a música e a fotografia. A escola sempre teve autores e criadores, atores e artesãos. Professores, alunos e funcionários que são artistas.

Dado que a história é relativamente longa, convém lembrar alguns passos decisivos no processo de consolidação das Oficinas de Teatro. Comecemos então pelo princípio.

1997 a 2000

Criação de um grupo de intervenção cultural na ESAS denominado Fora d’Horas que se dedicou a selecionar assuntos específicos e a tratá-los de um ponto de vista cultural, proporcionando à comunidade escolar um conjunto de eventos de carácter performativo.

Criação da Oficina de Teatro que desenvolveu o seu trabalho em dois níveis diferentes:

  1. Realização de exercícios de teatro em colaboração com o Projeto Teatro/Escola/Teatro, dirigido por António Fonseca e da responsabilidade da Companhia de Teatro de Braga.
  2. Criação dos Espetáculos “A Lição” e “A Cantora Careca”, de Ionesco, em coprodução com a Companhia de Teatro de Braga. Neste último, que contou com a participação dos atores profissionais Carlos Feio e José Ananias e da banda Damon Degger, a coprodução alargou-se à Escola Secundária D. Luís de Castro. Os espetáculos tiveram lugar no Teatro Circo e no Sindicato do Comércio, respetivamente. Saliente-se que esta realização se fundou numa experiência interdisciplinar, porquanto as traduções dos textos de Ionesco foram criação da turma de Técnicas de Tradução de Francês, dirigidas pela Professora Helena Barros e os trabalhos de dramaturgia, imagem, figurinos, cenografia, encenação e confeção de guarda-roupa foram realizados por professores da escola (Amadeu Santos, Cecília Barros, Corina Braga, Helena Barros, José Miguel Braga e Domingos Barbosa). Seria longo, neste contexto, nomear todos os outros colaboradores.

 

2000 a 2004

Durante este período, a Oficina consolida-se e autonomiza-se. Considerou-se, a partir de então, que estavam reunidas as condições para desenvolver um trabalho de pesquisa e criação de factos teatrais vocacionado de forma mais específica para o Teatro escolar, com o objetivo de garantir a execução de programas de formação e de animação inseridos no projeto educativo da escola e alicerçados numa perspetiva interdisciplinar.

Durante este período, a ESAS abriu todos os anos uma oficina de Iniciação ao Teatro e manteve em funcionamento um grupo de estudos mais avançados que veio a chamar-se TIT (Teatro i Toma), dirigido por Helena Carneiro, que integrara a 1ª Oficina de teatro, em 1997. É importante referir este facto porque, desde então, um vasto número de ex-alunos da ESAS que frequentaram a Oficina manteve-se ligado ao teatro, participando em ensaios e espetáculos ou colaborando na produção e no apoio técnico às atividades. Data desta fase a primeira participação da ESAS no Festival de Teatro Escolar da Benedita. Seguir-se-ão outros eventos e outras participações nos anos seguintes, em particular nos Encontros de Teatro Escolar da Póvoa de Varzim.

2005 a 2009

Nos últimos anos a Oficina cresceu e alargou a sua área de influência, bem como o âmbito de realização dos seus projetos. A adesão dos alunos da ESAS e de outras escolas de Braga obrigou a uma redefinição e reestruturação que culminou com a divisão da nossa escola de teatro em três níveis de aprendizagem: Iniciação, Continuação e Aperfeiçoamento.

O primeiro nível dedicado ao estudo do movimento, à contracenação e ao conhecimento do corpo do ator;

O segundo nível mais preocupado com a introdução à dramaturgia e a composição da personagem;

O terceiro nível fundamentalmente interessado na criação de espetáculo a partir de um texto de teatro. Nos últimos anos fizemos peças de Anton Tchekov e Jacques Prévert

Entretanto, os atores batizaram os três níveis com os nomes que ainda hoje constituem a sua marca, digamos assim:

                                     TAC (Teatro a começar);

                                     TJV (Teatro já vai);

                                     OTA (Oficina de Teatro A).

Foi também neste período, dizíamos, que o teatro da ESAS abriu as suas portas e podemos dizer que o fez de três maneiras diferentes.

Continuando a participar em eventos teatrais no âmbito do TEATRO ESCOLAR (Benedita, Póvoa de Varzim e, recentemente, no encontro de Teatro Escolar de Braga que se realizou no Teatro Circo);

Continuando a apoiar a integração na Oficina de estudantes de outras escolas. Até ao momento, estiveram envolvidos atores de quase todas as escolas da cidade (Sá de Miranda, D. Maria II, Carlos Amarante, André Soares, Lamaçães, Colégio D. Diogo, Universidade do Minho, etc.)

Por último, tendo em conta a elevada adesão dos alunos, decidimos criar um quarto nível, fundamentalmente dedicado à investigação do trabalho de ator e ao apoio técnico e artístico às produções teatrais. Esse grupo, que se encontra em funcionamento no corrente ano, foi batizado como LATA (Laboratório de ação teatral) e é constituído fundamentalmente por ex-alunos da ESAS que hoje são trabalhadores ou estudantes universitários, na sua maioria.

Atualmente a Oficina tem cerca de 100 elementos e prepara-se para apresentar, na II Mostra de Teatro Escolar de Braga, a realizar entre 27 e 30 de abril, no Teatro Circo, em Braga, um novo espetáculo intitulado “A OBRA”. Esse foi o tema escolhido pela ESAS para dar corpo, sentido e unidade a um vasto conjunto de iniciativas pedagógicas, desportivas, científicas e culturais que animarão este ano escolar.

A Oficina de Teatro tem articulado o seu trabalho de acordo com as orientações do Projeto Educativo da Escola e do Plano Anual de Atividades e, desde o ano 2000, com o lançamento da 2ª série da revista Defacto, temo-nos associado ao tema anual da escola, em particular através do exercício de expressão teatral proposto pela Oficina de Iniciação. Abordámos, entre outros, temas tão diferentes como “A Solidão”, “O Prazer”, “O Tempo”, “O Futuro”, “A Cidade”, “A Cultura” ou a “Memória”.Oficina de Teatro

Quais os princípios e objetivos que têm norteado a nossa ação teatral?

Divulgar junto do público o nome da ESAS.

Divulgar e fomentar junto do público o teatro e o gosto pelo teatro.

Experimentar a aprofundar a aprendizagem numa perspetiva interdisciplinar.

Educar para a cooperação e para a partilha.

Cultivar a solidariedade e o espírito de grupo.

Desenvolver competências cognitivas e emocionais através do exercício da concentração, da observação, da memória e do estudo do corpo do ator.

Fomentar uma cultura viva que passe pela assunção de práticas artísticas e comunicacionais que observem o rigor metodológico e a disciplina coletiva.

Desenvolver a sensibilidade artística e o amor das artes.

Promover a cidadania e o sentido da dádiva e do bem comum.

Cremos que, até ao momento, a oficina tem cumprido com rigor e sucesso os objetivos que se propôs, mas, como todos os sistemas e organizações, também se sujeita às vicissitudes da passagem do tempo, aos condicionalismos sincrónicos e históricos, bem como à inevitável usura e perda de energia que engendram as organizações humanas. É talvez por isso que, em determinados momentos, é necessário lançar o alerta e reinventar o projeto. No nosso entendimento é chegada essa altura.

Efetivamente, a Oficina atingiu um ponto alto que deverá culminar este ano, quando todos os atores se reunirem no novo espetáculo. Numa escola em obras, nada melhor do que fazer um espetáculo sobre A OBRA. E depois? Como continuar a crescer? Estamos certos de que a nova casa em construção irá, com toda a justiça, contemplar esta extraordinária experiência a que a comunidade escolar e a cidade têm assistido.

Chegou a altura de outorgar ao teatro escolar o estatuto de plena cidadania que, de um modo geral, não se tem podido usufruir no nosso país. De certo modo, todos os grandes países e culturas são lugares do teatro, espaços de intensa criação dramatúrgica, teatral e performativa.

É chegado o momento, a nosso ver, de inserir a teoria e a prática do teatro nos curricula;

É chegado o momento de promover a formação escolar no âmbito das artes do palco;

É chegado o momento de proporcionar alternativas concretas a tantos jovens que desejam uma cultura teatral básica ou que pretendem prosseguir estudos no âmbito das múltiplas disciplinas que constituem a casa do teatro.

Tendo em conta tudo o que dissemos, julgamos ser possível levar a bom porto este novo projeto. A atribuição à ESAS, no próximo ano letivo, do Curso de Interpretação é, sem dúvida, uma boa notícia que augura, desde logo, novos e interessantes projetos pedagógicos, artísticos e culturais.

Os órgãos da ESAS, bem como a generalidade das pessoas que nela trabalham, concordam, confirmam e assumem que o Teatro tem contribuído de uma forma positiva para melhorar a vida escolar. O mesmo se pode dizer de muitos outros projetos… O Curso de Artes, o Desporto Escolar, A Biblioteca Manuel Monteiro, A Revista Defacto, O Projeto Crescer com as Árvores, O Grupo de Projetos, Os Laboratórios de Física e Química, Biologia e Matemática, etc.

No caso específico do teatro, temos vindo a trabalhar em condições que, embora razoáveis e melhores do que aquelas que existem na generalidade das escolas, não permitem exprimir com mais disponibilidade, rigor e algum conforto para os atores e para o público, tudo aquilo que pretendemos. O Auditório onde ensaiamos e fazemos espetáculos tornou-se pequeno para os atores e para o público. No final do ano letivo, quando mostramos ao público o resultado dos nossos trabalhos, a sala enche-se várias vezes e não é raro verificarmos que o espaço não pode receber condignamente todos aqueles que desejam assistir.

Estamos certos de que essa oportunidade surgiu agora ou está em vias de tornar-se realidade. Todos sabemos que a ESAS precisa de um teatro, um espaço bem concebido e apetrechado que possa dar resposta a uma tão grande demanda.

Precisamos, portanto, de um espaço de ensaio e de espetáculos;

Necessitamos urgentemente de lidar com as formas e os materiais com que lida o teatro;

Desejamos que a nova escola contemple um espaço para o teatro, concebido de forma polivalente e funcional; um espaço que responda às necessidades da escola e da comunidade envolvente; um lugar para o espetáculo, para os vários espetáculos, mas também para as grandes reuniões em volta da cultura, para encontros de especialidade, para cerimónias importantes da vida da escola e da cidade.

 

Auditório Sebastião Alba

Foi então comtemplado na nova arquitetura da ESAS: O Auditório Álvaro carneiro.

Um modo de ser arquitetura e uma funcionalidade assente em princípios modulares e conveniente ao usufruto do público e dos atores.

Assim, um tal espaço supõe:

Um lugar especializado e equipado para o exercício físico essencial à construção da destreza do corpo do ator;

Um determinado apetrechamento técnico ao nível da luminotecnia e da sonoplastia;

A contiguidade ou a proximidade de espaços oficinais e de manutenção;

Um serviço de casas de banho para usufruto do público;

Um espaço de balneário associado às casas de banho, para uso de atores após espetáculo;

Um espaço para dois camarins e casa de banho;

Uma sala polivalente que possa ser utilizada para aulas convencionais, para pequenas oficinas e workshops, para reuniões e seminários e ainda para projeção vídeo e resguardo de material leve (adereços, guarda-roupa, arquivo e material de escritório);

E, finalmente, um tratamento acústico adequado.

Ao fim de tantos anos a trabalhar nas condições que são conhecidas e de que já falámos, estamos certos de que A OBRA virá sem dúvida contribuir para melhorar as condições de trabalho e de produção. O teatro alimenta-se do público e da cidade à sua volta. Sabemos que o Teatro da ESAS será sempre um espaço para o encontro: no conceito, na arquitetura e no exercício.

Queríamos lembrar, por último, que desde as comemorações dos 25 anos da ESAS, a escola se transformou. E volvidos 50 anos da ESAS comemorados no presente ano letivo de 2021-2022, a importância dada a este espaço tornou-se valiosa e fundamental. Agora com o Curso Profissional de Técnico Intérprete Ator/Atriz, continua a ser por excelência um espaço ao serviço dos alunos e da comunidade bracarense em geral. 

Num certo sentido, este espaço modernizou-se ou, pelo menos, vem tentando discutir a sua modernidade. A este facto não foram e não são alheias as pessoas e as funções que elas desempenharamCurso Prof Tec Int AA e desempenham na organização.

 

O teatro e as artes têm vindo a ser apoiados e desejados; mas também é verdade que a ESAS criou uma rede complexa de ligações ao exterior, em particular às empresas e ao município, a personalidades do mundo cultural, desportivo, político, universitário e a instituições da mais diversa índole. Estes laços com a cidade também integram o teatro; por isso o teatro da ESAS se considera parte integrante da sua cidade e também por isso tem contado com as mais diversas manifestações de simpatia e apoio.

O projeto que agora se discute deve contemplar as valências que a ESAS, como Instituição e Pessoa de Bem que é, julga serem necessárias para melhor realizar um renovado Projeto Educativo.

Docentes orientadores da Oficina de Teatro da ESAS: Helena Carneiro e José Miguel Braga

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