História do Agrupamento
O AESAS (Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio) resulta da agregação, em abril de 2013, da Escola Secundária de Alberto Sampaio com o extinto Agrupamento de Escolas de Nogueira, constituído em 2001.
Possui unidades na freguesia de Esporões e nas uniões de freguesias de Lomar e Arcos, Nogueira, Fraião e Lamaçães, São José de São Lázaro e São João do Souto e Morreira e Trandeiras, num raio de aproximadamente cinco quilómetros.
É constituído por onze unidades orgânicas: três jardins de infância, duas escolas básicas do 1.º ciclo, quatro escolas básicas do 1.º ciclo com jardim de infância, uma escola básica do 2.º e 3.º ciclos e uma escola secundária com 3.º ciclo do ensino básico.
Cerca de dois terços dos seus alunos encontram-se na E.B. 2,3 de Nogueira, criada em 1994, e na Escola Secundária de Alberto Sampaio, a escola sede, que deu o nome atual ao agrupamento.
Considera-se que as origens da Escola Secundária de Alberto Sampaio remontam ao decreto régio de 11 de Dezembro de 1884, que dotou Braga com o ensino técnico, a funcionar na Escola de Desenho Industrial, sita no Largo das Carvalheiras, e cujo diretor foi o cirurgião Bernardino Alves Passos.
Mais tarde esta escola passou a denominar-se Escola Industrial Bartolomeu dos Mártires, integrando, já no século XX, o Curso Elementar de Comércio.
Instalada na Rua do Castelo desde 1936, através do decreto-lei 457/71 de 28 de outubro adotou a denominação de Escola Técnica de Alberto Sampaio. Assim, o ensino técnico secundário passou a ser ministrado por duas escolas, ficando a parte industrial na Escola Técnica Carlos Amarante e a comercial na Escola Técnica Alberto Sampaio.
Foi através da portaria nº 608/79 de 22 de novembro que a escola passou a designar-se de Escola Secundária de Alberto Sampaio, sendo escola de referência na área da informática, em que foi pioneira em vários projetos.
Em 1980, as suas instalações são transferidas para a Quinta de Santo Adrião.
No ano letivo de 2009/2010 é alvo do processo de requalificação física e funcional, no quadro do Projeto de Modernização das Escolas Secundárias, que a dota das suas atuais estruturas.
O extinto Agrupamento de Escolas de Nogueira, que incorporava as unidades do ensino pré-escolar e básico do atual agrupamento, ao qual a escola sede se agregou, foi homologado por despacho da então Diretora Regional de Educação, datado de 6 de junho de 2001.
A árvore, símbolo já presente em ambas as representações das organizações agregadas, prevalece como elemento central na nova entidade, dada a transversalidade, em todo o agrupamento, de uma envolvência natural e verde.
Patrono do Agrupamento
Alberto Sampaio
O Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio, aquando da agregação, recebe o nome do patrono da Escola Secundária. Este patrono é assumido pela nova comunidade, sem hesitação, sendo, inclusive, a sua data de nascimento, 15 de novembro, definida, consensualmente, como o Dia do Agrupamento.
Sobre o patrono do AESAS deve dizer-se que foi figura grada da região, homem de superior cultura, um dos vultos eminentes da geração de 70 e, por isso, com projeção nacional, sobretudo nos campos da História e da Etnografia.
Alberto Sampaio nasceu em Guimarães, em novembro de 1841. Seguindo a tradição familiar, cursou Direito em Coimbra, onde fez parte de um movimento intelectual que ficou conhecido por «escola coimbrã», que integrou nomes como o de Antero de Quental, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Guerra Junqueiro, entre outros.
De regresso a casa, dedicou-se essencialmente aos trabalhos agrícolas e à pesquisa histórica, tendo recusado o convite para ser deputado, por razões de temperamento e enraizamento à terra e à região onde nasceu. Viria a desempenhar, no entanto, o cargo de Procurador da Junta Geral do Distrito de Braga, em representação do Concelho de Guimarães.
Nesta cidade conheceu e conviveu com Martins Sarmento, cujos trabalhos de arqueólogo nas escavações na Citânia de Briteiros e Sabroso acompanhou de perto, e que serviriam para aprofundar o conhecimento da História da ocupação humana no noroeste português.
Foi com base nestes estudos que publicou o seu primeiro livro «A Propriedade e Cultura do Minho», que parece tê-lo colocado no primeiro plano dos economistas rurais, valendo-lhe o convite de Oliveira Martins para colaborar no seu Projeto-Lei do Fomento Rural. Outros títulos publicados, no âmbito dos estudos histórico-etnográficos, foram «As Vilas do Norte de Portugal» (considerado o seu estudo mais notável), «O Norte Marítimo» e «As Póvoas Marítimas».
No final do ano de 1908, uma doença de algumas semanas punha termo à existência daquele que foi um dos grandes vultos da cultura portuguesa do século XIX.
Alguns dos pensamentos do nosso ilustre patrono acompanham as paredes do nosso edifício sede e consagram um rosto muito especial ao agrupamento que somos.
Com Alberto Sampaio aprendemos que «nunca se perde tempo com aquilo que amamos» e que «fazer pensar é tudo; e a agitação a única alavanca que pode deslocar esse mundo: pois que agitar quer dizer – instruir, ensinar, convencer e acordar».
Sobre Alberto Sampaio
Museu de Alberto Sampaio – Casa da Câmara
Museu de Alberto Sampaio – Património Cultural
175 Anos de Alberto Sampaio
Álvaro Carneiro
Álvaro Augusto da Cruz Carneiro dá nome ao Auditório Principal da nossa escola.
Destacado musicólogo, violinista e compositor, nasceu em Braga, em 1909, no seio de uma família ligada à literatura.
Contudo, a sua vida foi integralmente dedicada à música. Estudou no Conservatório de Música do Porto e, enquanto compositor escreveu valsas, tangos, serenatas, canções e outras peças musicais, realizando ainda arranjos de obras de outros autores. Enquanto musicógrafo assinou diversas publicações, em particular sobre músicos bracarenses. Colaborou nos jornais bracarenses “Correio do Minho” e “Diário do Minho” e nas revistas lisboetas “Gazeta Musical” e “Arte Musical”.
Manuel Monteiro
Manuel Joaquim Rodrigues Monteiro dá nome à Biblioteca da Escola sede do nosso agrupamento, Escola Secundária Alberto Sampaio (ESAS).
Nasceu em Braga em 1879, onde viria a falecer em 1952.
A sua vida e a sua obra são testemunho de uma constante dedicação aos ideais republicanos, à democracia, à justiça e à liberdade.
Notável jurista, desempenhou os cargos de juiz do Supremo Tribunal Administrativo e de presidente do Tribunal Internacional de Alexandria, no Egipto.
Considerável foi também o seu desempenho político ao longo de décadas. Após a proclamação da República, foi nomeado Governador Civil de Braga, Ministro da Justiça, Ministro do Fomento e, por duas vezes, Presidente da Câmara dos Deputados. Foi apoiante do Movimento de Unidade Democrática (MUD), organização que lutou contra a ditadura salazarista.
Apaixonado pela arte e pela investigação etnoarqueológica, proferiu várias conferências, regeu um curso de história da arte e colaborou em diversos jornais e revistas do país.
Fundou e presidiu ao Rotary Club de Braga.
Sebastião Alba
Sebastião Alba, pseudónimo de Dinis Albano Carneiro Gonçalves, dá nome ao Auditório Artístico da nossa escola.
Nasceu em Braga em 1940, onde viria a falecer em 2000.
Depois de ter vivido a sua primeira infância em Torre de Dona Chama, partiu com a família para Moçambique, tendo aí vivido entre 1950 e 1984, onde casou e teve duas filhas.
Após uma breve passagem por Lisboa, onde fez amizade com grandes poetas, fixa-se em Braga, vivendo como andarilho, dormindo ao relento e calcorreando a pé vilas e cidades.
É uma das maiores figuras da poesia portuguesa da segunda metade do século XX. Deixa-nos uma obra poética de superior qualidade, com vários livros publicados, além dos bilhetes que escrevia em jeito de registo diarístico que, no seu conjunto, constituem um poderoso testemunho humano e filosófico, a sua visão do homem, da vida e do mundo.
Gracinda Castanheira
Gracinda Maria Sousa Silva Freitas Castanheira dá nome à biblioteca escolar da nossa escola básica do 2.º e 3.º ciclos.
Natural do concelho de Santo Tirso, exerceu a docência na EB 2,3 de Nogueira desde o seu arranque, em 1995, até à aposentação, em 2013.
Nas várias escolas por onde passou, exerceu, com muito empenho, diversos cargos da profissão docente.
Foi diretora e formadora do Centro de Formação de Professores de Amares e Terras de Bouro e membro da direção da Casa do Professor de Braga, instituição onde também foi formadora.
Também na EB 2,3 de Nogueira e mais tarde no Agrupamento de Escolas de Nogueira, se envolveu com dedicação e entusiasmo nas suas funções de docente, sobressaindo a sua ação no exercício dos cargos de presidente do Conselho Geral e de coordenadora das bibliotecas escolares.
Em 1998, com a sua persistência e força persuasiva conseguiu que a biblioteca da EB 2,3 fosse a primeira no concelho de Braga a integrar a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), apesar dos constrangimentos regulamentares impostos ao concelho.
Desenvolveu todo um trabalho agregador de vontades, que levou a nossa biblioteca a um elevado nível de reconhecimento público.
No dia 24 de outubro de 2016, Dia das Bibliotecas Escolares, a Comunidade Escolar prestou-lhe homenagem, atribuindo o seu nome à biblioteca da EB 2,3 de Nogueira.